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Os 10 Filósofos Pré-Socráticos

Tales de Mileto (624-546 a.C.)

Foi um importante pensador, filósofo e matemático grego pré-socrático. É considerado, por alguns, o "Pai da Ciência" e da "Filosofia Ocidental".

Suas principais ideias expandiram os horizontes teóricos nas áreas da matemática, filosofia e astronomia. Para ele, a água era o principal elemento da natureza e a essência de todas as coisas.A filosofia de Tales baseava-se em três teses principais:

Tudo que conhecemos é feito de água e o homem é mais um ente desse meio;

todas as coisas, incluso as inanimadas, estão cheia de vida;

por outro lado, as mudanças e a geração só podem ser alcançadas pela condensação e a rarefação.

Quanto à estética, dizia que a busca pelo conhecimento, era o objeto mais belo que podíamos ter.

Tales de Mileto, como muitos de sua época, não publicou nenhum livro em vida e seus ensinamentos nos chegaram através do seu discípulo Diógenes Laércio.

Ocupou-se em explicar mais os fenômenos da natureza e da matemática. Portanto, não fez grandes considerações sobre a ética e os seres humanos.

Teorema de Tales

Diz-se que Tales foi convidado para descobrir a altura da pirâmide Quéops, no Egito.

Diante disso, surgiu o Teorema de Tales, onde as retas paralelas e transversais formam segmentos proporcionais.


Anaxímenes (588-524 a.C.) 

Nascido em Mileto (atual Turquia), foi um filósofo pré-socrático grego integrante da Escola Jônica. Além dele, na escola pré-socrática destacam-se Tales de Mileto e Anaximandro.

Para Anaxímenes, o elemento primordial era o ar, o princípio de todas as coisas.

Anaxímenes foi discípulo de Anaximandro, no entanto, não concordava com seu mestre sobre o conceito do “ápeiron”, e nem com Tales e seu conceito de “arché”.

Sua opinião era que o primeiro era muito abstrato (ápeiron), e o segundo muito palpável (água, o arché).

Para Anaxímenes, a substância primordial não poderia ser algo fora da observação e da realidade sensível.

Segundo ele, todas as coisas existentes são resultado da condensação ou da rarefação do ar. Nas palavras do filósofo:

“Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém.”

Em sua teoria cosmológica, defendeu que a Terra é plana e estaria flutuando no ar. Já a lua, para ele, refletia a luz do sol e os eclipses representavam uma obstrução planetária por outro corpo celeste.


Anaximandro de Mileto (610 - 546 a.C.)

 Foi um dos grandes filósofos pré-socráticos da Grécia Antiga.

Discípulo do “Pai da Filosofia”, Tales de Mileto, Anaximandro procurou resolver os problemas filosóficos levantados por seu mestre.

Assim, desenvolveu diversos estudos sobre a natureza, filosofia, política, matemática, astronomia e geografia.

Seguindo os passos de Tales de Mileto, Anaximandro tentou desvendar o mistério sobre o princípio único e primordial da vida, que para seu mestre, era a água. Foi assim que ele criou o conceito de “ápeiron”, que difere da “arché” desenvolvida por Tales. Assim, a “arché” inclui um dos quatro elementos como gerador de tudo (água).

Já o “ápeiron” define que o mundo teve origem de uma substância indefinida, que representava o infinito e o indeterminado.

Nas palavras do filósofo: “O que vem antes e depois do finito, tende a ser infinito”.

Segundo ele, o “ápeiron” era indestrutível e representava a massa geradora do cosmo e dos seres. Era criado pela luta entre os elementos contrários, como o frio o calor, o úmido, o seco, etc.

Além disso, Anaximandro desenvolveu teorias astronômicas. Ele conseguiu medir a distância entre as estrelas e afirmou que a Terra era cilíndrica e estava no centro do universo (obliquidade da eclíptica e o quadrante solar).

Na área da geografia e astronomia foi o primeiro da história a desenhar um mapa celeste e um terrestre.

Há ainda uma teoria de que ele tenha sido o inventor do relógio solar (Gnômon). Outras versões dizem que esse conceito já existia e que foi o filósofo que o introduziu na Grécia Antiga.

Em resumo, Anaximandro foi um visionário e suas ideias são atualmente utilizadas na ciência, tendo relação com a Física Moderna.


Heráclito (624-546 a.C.)

Conhecido como “o obscuro”, foi um pensador e filósofo pré-socrático considerado o “Pai da Dialética”.

Como Tales de Mileto, Heráclito acreditava no princípio único abalizado na “Filosofia Unitarista”, cujo princípio estava fundamentado na unidade elementar e, no caso de Heráclito, o elemento fogo. Segundo ele,

“Tudo provem do Um e o Um provem do Todo”.

O filósofo baseava suas ideias na lei fundamental da natureza, de modo que, segundo ele, “Tudo flui” e “Nada é permanente, exceto a mudança”.

A partir disso, acreditava que tudo o que existe está em permanente mudança ou transformação, conceito denominado “Devir” (tornar-se, do vir-a-ser), sujeitas ao “logos” (razão ou lei).

Tendo em vista seus conceitos, foi o criador do pensamento dialético, a doutrina dos contrários, onde, das contradições, surgem a unidade dialética.

Em resumo, a dialética propõe a busca da verdade através da relação entre dois conceitos opostos, numa relação de interdependência.

Por exemplo, a escuridão somente existe pois o conceito de luz é seu oposto, onde um não existe sem o outro.

Assim, Heráclito, pai da dialética, afirma que todas as coisas por meio da dualidade, cujo o "logos" é sua resultante, ou seja, o conhecimento nascido desse embate.


Pitágoras(570-496 a.C)

 Foi um dos grandes filósofos pré-socráticos e matemáticos da Grécia Antiga.

Segundo ele “tudo é número”, frase que indica uma explicação para a realidade e tudo que existe no mundo. A ele foi atribuído o uso e criação dos termos “filósofo” e “matemática”.

Segundo Pitágoras, os números são a base da vida na terra. A partir dessa primícia, surge o Pitagorismo (ou Escola Pitagórica), sendo os pitagóricos seus seguidores, dos quais se destacam: Temistocleia, Filolau de Crotona, Arquitas de Tarento, Alcmeão e Melissa.

Na escola, ele ministrou aulas nas áreas matemática (aritmética e geometria), astronomia, música, filosofia, política, religião e moral.

Segundo o matemático grego, os números representavam a harmonia e a ordem, ou seja, eram considerados a essência de todas as coisas.

Essa teoria de Pitágoras surgiu da observação entre a harmonia dos acordes musicais.

Os pitagóricos acreditavam que essa concepção não era meramente matemática, mas também mística e espiritual.

Nesse sentido, eles desenvolveram uma concepção espiritual da existência humana, onde a alma é libertada do corpo após a morte.

Ou seja, eles acreditavam na reencarnação e no desenvolvimento das virtudes humanas enquanto a alma estava aprisionada ao corpo durante a vida.

Como resultado, os homens poderiam reencarnar numa forma de existência mais elevada, conforme as virtudes conquistadas durante a trajetória terrena.

Além do famoso "Teorema de Pitágoras", os pitagóricos descobriram os números figurados e os números perfeitos.

Na área da astronomia, Pitágoras também avançou com questões sobre a esfericidade do planeta Terra e o deslocamento dos astros utilizando conceitos matemáticos.

Essa teoria baseada num cosmo harmônico ficou conhecida como “Teoria da Harmonia das Esferas”.


Xenófanes de Cólofon (570 - 475 a.C.)

    Foi poeta e filósofo grego pré-socrático. É considerado um dos fundadores da Escola Eleática.

Xenófanes, como a maioria dos filósofos pré-socráticos, focou seus estudos na natureza e por esse motivo, são também chamados de “filósofos da physis”.

Decerto que os pré-socráticos buscavam encontrar respostas para a origem do mundo e dos homens nos elementos e fenômenos da natureza. Segundo Xenófanes, o ser humano era composto de terra e água.

Desenvolveu diversas ideias relacionadas com a teologia. Sendo assim, defendeu a Unidade de Deus, o qual seria a essência de todas as coisas.

Segundo ele, Deus era um ser perfeito, absoluto, superior e diferente dos homens, argumentando que ele era abstrato e não possuía formas humanas.

Diante disso, criticou o antropomorfismo(forma humana) e os deuses da mitologia grega. Xenófanes não conseguia acreditar na ideia de proximidade entre Deus e o homem.

Portanto, para ele era incoerente a ideia de que Deus fosse descrito com características humanas (físicas e psicológicas)

Disseminou a importância do saber, que segundo ele, era mais importante que a aparência. De acordo com Xenófanes, o progresso somente seria conquistado pela sabedoria dos homens. Ademais, ele era a favor dos prazeres humanos, contanto que fossem moderados.


Parmênides de Eleia (530 - 460 a.C)


 Foi um dos principais filósofos gregos pré-socráticos da Antiguidade. Seus estudos estiveram baseados nos temas sobre a ontologia do ser, da razão e da lógica.

Seu pensamento influenciou a filosofia da antiguidade bem como a filosofia moderna e contemporânea. Sua frase mais célebre é: “O ser é e o não ser não é.”

Grande parte de seu pensamento está reunida na obra poética denominada “Sobre a Natureza”.

Em seu poema, Parmênides explica sobre dois caminhos: o caminho da opinião e o caminho da verdade.

O “caminho da opinião” (doxa) estaria baseado na aparência, e, portanto, levaria ao engano e as incertezas.

Enquanto o segundo, denominado de “caminho da verdade” (alétheia) é conduzido pelo pensamento lógico baseado na razão. Segundo ele:

“É preciso que tu aprendas: o sólido coração da bem redonda Verdade e as opiniões dos mortais, nas quais não há verdadeira certeza. E, no entanto, também isso aprenderás: como as coisas que parecem deviam verdadeiramente ser, sendo todas em todos os sentidos”.

Demócrito(460-370 a.C)

 Foi filósofo e historiador grego pré-socrático que descreveu a "Teoria Atômica".

Demócrito foi um estudioso nas áreas da matemática, física, astronomia, ética, filosofia, linguística, natureza, música.

Discípulo do filósofo grego, Leucipo de Mileto, uma das mais destacadas ideias de Demócrito envolve a sistematização do pensamento sobre a "Teoria Atômica".

Segundo ele, o átomo, parte indivisível e eterna, que permanece em constante movimento, é o elemento primordial, o princípio de todas as coisas.

Nesse ínterim, toda o universo esta composto de dois elementos básicos: o vácuo (o vazio ou o não-ser) e os átomos.

Além disso, propôs um sistema cosmológico e convencionalismo linguístico. Na área da matemática avançou nos estudos sobre geometria (figuras geométricas, volume e tangente) e os números irracionais.


Anaxágoras (500 - 428 a.C.)

Anaxágoras concordava com a ideia de que o não ser não pode existir e que a substância do ser é imutável. Para ele o nascer e o morrer não são acontecimentos reais. Nada nasce ou morre, o que acontece é que as coisas que existem se decompõem e se compõem novamente. As coisas que morrem estão se decompondo e as coisas que nascem estão se compondo, se construindo.

Para a filosofia de Anaxágoras as coisas que existem vão além dos quatro elementos colocados por Empédocles. As quatro raízes que formam as outras coisas, terra, ar, água e fogo não conseguem explicar as diversas qualidades através das quais os fenômenos se manifestam. Anaxágoras defende a ideia de que existem inúmeras sementes das quais vem todas as coisas. O número de sementes que fundamentam e criam as coisas é do mesmo número das coisas e elas são inumeráveis como inumeráveis são as manifestações dos fenômenos no mundo. Essas sementes não são criadas - são eternas -  e são imutáveis, elas são de todas as formas, de todos os gostos e de todos os tipos. Nenhuma dessas sementes de qualidades se transforma em outras sementes. As sementes são também infinitas na quantidade. Elas não podem ser limitadas em sua grandeza ou na sua pequenez. Elas podem ser divididas ao infinito sem nunca deixar de ser pois o não ser não existe. Assim podemos dividir qualquer semente, qualquer substância ao infinito sem que ela perca a sua qualidade. As partes divididas das sementes terão sempre a mesma qualidade que tinham antes de ser divididas.

No começo todas as sementes estavam juntas e não eram distintas uma das outras. O que separou as sementes foi a Inteligência que através de um movimento ordenou o caos existente entre as substâncias. Dessa forma todas as coisas são uma mistura ordenada das sementes e em todas as coisas existem todas as sementes mesmo que em pequenas quantidades. O que vai definir que uma coisa seja o que é vai ser a predominância de determinada semente ou de outra. Em todas as coisas existem sementes de todas as outras coisas. No grão de trigo existe a semente do cabelo, da carne e do osso, caso contrário como da semente do grão de trigo poderia surgir o cabelo, a carne e o osso? Tudo sempre esteve e sempre vai estar no ser.

A Inteligência (ou Nous que também pode ser traduzido por mente, pensamento ou espírito) que dividiu as sementes é divina, ela é ilimitada, independente e não está misturada a nada. Essa Inteligência divina é sutil, pura, tem pleno conhecimento de tudo e tem uma força imensa. A Inteligência domina as coisas que tem vida. Ela deu o impulso inicial na rotação que distribuiu ordenadamente todas as outras coisas. Nada se forma ou se divide se não for através da Inteligência.

Anaxágoras estudou também o problema do conhecimento humano e desenvolveu sobre o conhecimento uma ideia original. Ele divide o conhecimento em três estágios: 1 - a experiência e a sensação; 2 - a memória e 3 - a técnica. A experiência é o tópico central para o conhecimento humano, sem ela nenhum conhecimento seria possível. A experiência é a nossa relação com o mundo e implica na nossa sensibilidade para sentirmos as modificações dos objetos externos. O que nós vivenciarmos através das sensações vai ser depositado na nossa memória que é a nossa capacidade de conservar as experiências e os conhecimentos adquiridos. O acúmulo dos conhecimentos em nossa memória vai gerar a sabedoria e a sabedoria vai gerar a técnica que é a nossa capacidade de utilizar os conhecimentos para construir objetos e modificar a natureza.


Empédocles (484 - 421 a.C.)

Para a filosofia de Empédocles o nascer e o morrer não existem se entendermos o nascer e o morrer como um vir do nada e um ir para o nada. Ele pensa dessa forma porque acredita que o ser é e o não ser não é. Assim não existe o nascimento e a morte de algo. Para ele o que chamamos de nascimento e morte é simplesmente a aproximação e a separação de algumas substâncias. Essas substâncias são indestrutíveis e eternamente iguais. Para Empédocles a água, o ar a terra e o fogo são as substâncias que estão no princípio de todas as outras coisas. Elas são as substâncias mais simples das quais derivam todas as outras, são os elementos básicos que não mudam nunca sua qualidade. As quatro substâncias básicas se unem e se separam umas das outras formando todas as substâncias existentes. Elas são a origem das restantes. 

Os quatro elementos da filosofia de Empédocles criam as coisas quando se unem e quando se separam destroem o que existia quando estavam unidos. A amizade ou o amor é a força cósmica que une os elementos e o ódio ou a discórdia causam a desunião e a consequente separação dos elementos. O destino é que alterna a predominância das duas forças que atuam sobre os quatro elementos em um tempo constante. Quando o amor ou a amizade é mais forte os elementos se juntam em uma unidade.  E ao contrário, quando o mais forte é o ódio ou a discórdia os elementos se separam e voltam a ser unicamente água, terá, fogo ou ar. 

Tanto os elementos como as forças que atuam sobre eles são divinos. Deus é o Esfero, a união de todos os elementos através do amor ou da amizade. Na fase em que o amor domina todos os elementos eles vão estar ligados em perfeita harmonia. Nessa fase não existe o sol a terra ou o mar, mas uma unidade de tudo que Empédocles denomina como sendo o Esfero. As almas também são constituídas pelos elementos e sofrem a ação das forças do amor ou da amizade e do ódio ou da discórdia. Ao contrário do domínio do amor no domínio do ódio existe a dissolução dos elementos e forma-se assim o caos. Quando o caos está instalado os elementos começam novamente a se unificar começando um novo ciclo.

Para que o mundo exista devem existir tanto o elemento positivos quanto o negativo, pois se existir somente o amor ou a amizade todos os elementos vão se reunir e formar uma unidade compacta, vão formar uma única coisa. E ao contrário se toda a força for do ódio ou da discórdia os elementos ficarão completamente separados, fazendo também com que o cosmos não exista.

Portanto as coisas do mundo passam a existir no período de transição que vai do predomínio do amor ao predomínio do ódio. Assim o cosmos nasce e se destrói continuamente dependente e através da ação das duas forças sobre os elementos. Não existe um momento em que a constituição do cosmos possa ser considerada perfeita.

Empédocles pensava que dos poros das coisas saíam emanações que atingem os nossos órgãos de sentido. Assim as partes que são semelhantes nos nossos órgãos  e nas coisas vão se reconhecer. O que for fogo em nossos sentidos vai reconhecer as emanações que vem do fogo, o que for regido pela água vai reconhecer as emanações que vem da água. Somente com nossa visão acontece o contrário, nela as emanações partem dos olhos mas da mesma forma essas emanações vão reconhecer nas coisas o que lhe for semelhante.

Para Empédocles nosso conhecimento está no coração e o veículo que transporta esse conhecimento é o sangue. O conhecimento assim não acontece somente no homem. Os conhecimentos que o homem pode ter são também limitados. Ele somente consegue perceber uma pequena parte de sua vida, as coisas que por acaso ele tem a possibilidade de se relacionar. Por isso ele não pode desperdiçar nenhuma dessas possibilidades. Deve aproveitar e utilizar todos os seus sentidos e através do intelecto perceber as evidências nas coisas que conhece.

Empédocles sustenta ainda uma teoria sobre a evolução dos seres vivos. Para ele no princípio havia numerosas partes de homens e animais - pernas, olhos, orelhas - que estavam distribuídas desordenadamente. Através do amor essas partes se juntavam  aleatoriamente formando criaturas disformes que eram inviáveis para sobreviver e pereciam. As espécies que formavam uma boa combinação sobreviviam.

Feito por:Alana, Ana flávia Bernardo, Júlia, karla, laura, lívia, & marcela

Turma: 1.4 | 1° Ano, Ensino Médio

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